segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Minha Casinha Amarelo-ouro, por Julia Justen

          Há muito tempo vivia sozinha em numa casinha uma senhora, que todas as noites sentava no banco da sua varanda e admirava o céu.
          A casinha da senhora lembrava ouro, não apenas pela sua cor, mas pela grandiosidade do amor que se sentia quando se passava por ali. A senhora cresceu e morou sua vida toda na casa amarelo-ouro, junto de seus avós. Quando era criança ficava horas olhando o céu, admirando sua beleza e as milhares de histórias que cada estrela ali preseciara, mesmo que de longe.  Seu avô, um belo dia, comprou um banquinho branco e de um senhor que morava no fim da rua e deu-lhe de presente.
A menina ja havia acostumado-se a sentar no banquinho todas as noites e admirar o céu. Porém, aconteceu que um dia sua rotina mudou. Quando a pequena moça saiu para ver as estrelas ela se deparou com um garoto, que estava sentado em seu banquinho.
           Olá  disse o menino com um sorriso maroto.
          Ela, com raiva da cara de pau daquele atrevido, não se preocupou em ser educada:

           O que você está fazendo sentado aí ?  Perguntou, agora quase voando em cima do garoto, para dar-lhe um puxão de orelha.
           Meu avô vendeu esse banquinho, e eu ficava sentado nele a noite, junto de minha mãe. Só quis matar a saudade...
           Hm.  Ela respondeu, agora se perguntando se o garoto não se tocara que ela não o queria ali.
           Bom, eu ja vou indo.. obrigado por me deixar sentar no banquinho.  Disse o menino, que percebeu a cara que ela fez quando o viu ali.
           No MEU banquinho.  resmungou a menina.
          Ele foi embora e ela sentou-se ali, irritada. "Garoto abusado, quem é ele para sentar no meu banco e ver a minhas estrelas?". Duas semanas se passaram e a nossa pequena moça ja havia se esquecido do episódio do banquinho.
          E mais uma noite ela saiu para admirar suas estrelas, e se deparou, mais uma vez, com o mesmo garoto. Só que agora em pé, ao lado de seu banquinho.
           O que você ta fazendo aqui de novo ?  só de olhar pra ele, a menina ja ficava irritada.
           Eu vim me desculpar por aquele dia.. Sentei-me aqui e nem lhe pedi, fui um tanto ignorante.
          Ela ameaçou dizer algo, mas desistiu. Vendo que a menina não diria mais nada ele continuou..
           Fiz uma coisa para você..  começou ele. E meio sem jeito colocou a mão no bolso.
          Ela olhou, agora desconfiada. O garoto pegou algo no bolso, menor que um polegar de adulto, que se escondia na palma de sua mão e entregou a menina. Ela examinou a peça, era uma pequenina boneca de porcelana de cabelos detalhadamente feitos em cada caicho,  usando um vestidinho e uma sapatinha. Era linda. A garota guardou-a e  se sentou no banco e olhou para o céu.
           Posso sentar aí com você ?
          Ela ja estava o odiando menos, pensou na proposta e deixou o 'menino abusado' sentar ao seu lado.
          A partir desse dia a pequena moça e o menino de sorriso maroto se encontravam todos os dias. Eles ja perteciam uma ao outro.  O primeiro beijo, primeiro namoro, primeira vez, primeira briga e finalmente o anel de noivado. O casal cresceu junto. Vieram finalmente os votos de casamento, e o primeiro filho.
          Dedicaram a vida um pelo outro. E todas as noites sentavam-se no banquinho da varanda e admiravam o céu.
          Um certo dia, no meio da noite, o senhor que há muito fora um menino, acordou e olhou em volta. Começou a se reviver em sua memória toda sua vida, seus filhos, suas realizações, seu amor, o primeiro e único durante toda vida.
          Ele olhou para a senhora dormindo ao seu lado, lembrou-se da pequena jovem sentada no banco olhando as estrelas, do amor que sentiu por ela logo quando a viu. Pegou um pedacinho de papel rasgado e uma caneta e com suas mãos trêmulas começou a escrever, com esforço. As mãos doíam pela falta de uso, mas ele precisava que ela soubesse.
          A última palavra foi escrita finalmente, e ele sentiu que poderia dormir sem se preocupar, deu um beijo na testa de sua eterna pequena moça e dormiu, dormiu para sempre.  Deixando aquela senhora sozinha todas as noite, admirando as estrelas no céu em sua casa amarelo-ouro. Com  muitas lembranças, uma bonequinha de porcelana e um bilhete escrito "Obrigada por me deixar sentar em seu banquinho aquela noite, que como eu, será sempre SEU".
          Agora a senhora continua em seu ritmo,e todas as noites sai para ver o céu. Mas agora olha apenas para uma estrela que surgiu na noite em que sua principal estrela se foi, e deixa quem a olha com pena. Mas ninguém sabe que ali ela é feliz e nunca está sozinha, e sim com o primeiro e único amor de sua vida, mesmo que não pareça para todos.

Quem é Julia Justen? Julia Justen tem 16 anos e está no primeiro ano do Ensino Médio. Ama chocolate e brigadeiro. É apaixonada em Harry Potter desde que viu o primeiro filme e depois que leu os livros se apaixonou mais ainda, aliás, o nome do seu cachorro é Rony, por causa do melhor amigo do Harry. Adora escrever e, ficar fazendo nada com seus amigos. É extremamente possessiva e ciumenta... (brincadeira, só quando alguém chega perto de alguém que é - ou pelo menos ela considera - meu ou minha). Sempre se considerei diferente das outras pessoas, difetente da maioria das garotas da sua idade, o seu melhor amigo é um menino. É extrovertida e adora conversar e conhecer pessoas novas. Se quiser conhece-la melhor, é só segui-la no Twitter: @juliajuusten

2 comentários:

  1. Muito lindo texto, amei!!
    É bom saber que o amor ainda é possível, mesmo que em pensamento ou historias. Porem enquanto falarmos de amor este irá se manter vivo!!
    Parabéns.
    Um abraço *-*
    www.maisintimo.blogspot.com

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